Aos bons ingenhos
A vós só canto, espritos bem nascidos,
a vós, e às Musas ofereço a lira,
ao Amor meus ais, e meus gemidos,
compostos do seu fogo, e da sua ira.
Em vossos peitos sãos, limpos ouvidos,
caiam meus versos, quais me Febo inspira.
Eu desta glória só fico contente,
que a minha terra amei, e a minha gente.
António Ferreira, Poemas Lusitanos. Edição crítica, Introdução e Comentários de T. F. Earle, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2000.