sexta-feira, 4 de junho de 2010

Memórias Intactas

Fugi um dia da escola para escapar ao castigo pelo qual o novo professor substituira, por repúdio da violência física, a reguada clássica: uma pinta na ponta do nariz a esferográfica. Recusando a ignomínia, apenas regressei à sala de aula com a promessa, cumprida, de apanhar com a régua, que enfrentei de mãos trémulas e dentes cerrados, cabeça levantada. Se cada um se transforma naquilo que é, esta história tornou-se — para mim — exemplar, e justifica-me de persistente aversão às novidades da pedagogia. E ensinou-me a não me iludir com boas intenções.