Ver e admirar
No abatimento da minha pobreza estúpida ainda me resta o olho penetrante da consciência para ver e admirar a perspicácia dos homens que se locupletam, e mais ainda dos locupletados que conservam, com aplauso público, o rótulo da sua honestidade. Isto é que é saber, isto é que é a prova do grande alcance do intelecto humano!
Camilo Castelo Branco, Vinte Horas de Liteira (1864), Caixotim, Porto, 2002.