quinta-feira, 19 de maio de 2011

Descobertas

Quem sabe que eu cultivo o gosto da literatura fragmentária, avisou-me da publicação de Prosas Apátridas (Edições Ahab). É esse o único marketing que funciona comigo. Descobri assim Julio Ramón Ribeyro. É bom redescobir que há autores por descobrir e que acrescentam alguma coisa ao universo literário que elegemos. E é muito bom que ainda haja editoras capazes de nos fazer descobrir autores e livros como este, para mais em edição cuidada, que contrasta com o descuido generalizado a que assistimos. Mas descobrir um autor, neste sentido electivo, é desencadear um processo de aprofundamento e de leitura de outros livros seus, tornando-o eventualmente um dos nossos autores e em relação com eles. E, nesse caso, o prazer da descoberta reside também em descobrir o que já sabíamos. É esse processo (biográfico) que, no âmago, entra naquilo a que chamei relação íntima com os livros.