segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Delírios circenses

Isto de pertencer a um sector ou grupo hostilizado tem que se lhe diga. Na tauromaquia, como noutros casos, o sentimento de defesa sobrepõe-se ao espírito crítico. Tal como a necessidade de «modernização», de «abertura», de «chamar gente» (noutros contextos, também se chama «criação de novos públicos»), e a exigência de «espectáculo», tem abalado outras instituições respeitáveis, a corrida de touros começou também, há muito tempo, a ser ameaçada do interior do seu próprio mundo. Vi, há dias, e por acaso, alguns momentos de uma corrida no Campo Pequeno com alguns momentos de delírio circense que a transformaram rapidamente em «tourada». E, depois, já só falta que os cavaleiros (que deviam ter um peso limite para poderem montar...) corram para as bancadas, arranquem a fatiota e reclamem o triunfo e a ovação de tronco nu, como fazem os futebolistas depois do golo.