O farmacêutico e o livreiro
O farmacêutico de hoje já não conhece as espécies nem a acção das plantas medicinais. Vende a sua mercadoria, uniformizada, tal como a indústria lha apresenta e o encarrega de distribuir. A mesma coisa acontece com os livreiros: é cada vez mais raro que tenham lido os livros que vendem.
Resta uma diferença: a de que os drogados assaltam de vez em quando uma farmácia, mas não livrarias, visto que, infelizmente, já não existem livros interditos.
Ernst Jünger, Autor und Autorschaft, 1981.
Traduzido da edição francesa: L'auteur et l'écriture, trad. de Henri Plard, Christian Bourgois, 1982 (1995).