Diário de leitura (2666, de Roberto Bolaño)
Vai fazer por estes dias um ano que fui a Sevilha. Um dos pretextos foi a compra de 2666 de Roberto Bolaño, edição da Anagrama. Ao final do dia escaldante já estava(mos) de novo mergulhado(s) na piscina. Acabara de ler os Detectives Selvagens na tradução portuguesa e apetecia-me poder ler o muito anunciado 2666 no original.
Mas porquê falar disto agora? Porque comecei agora, um ano depois, a ler o romance. Podia tê-lo feito antes. Não o fiz. Preferi deixar passar a fase da histeria adjectiva, deixar assentar a poeira e sarar o prurido causado pela estridência das vozes e das classificações. Tenho sempre outras coisas para ler, não necessariamente a última novidade, como sabem os que passam por este blogue.
Bem. Achei que podia agora, calmamente, ler o livro. Ou, pelo menos, começar. E, tendo começado, surgiu-me a ideia de fazer aqui uma espécie de diário de leitura. Não um roteiro, mas anotações de teor diarístico a propósito ou a despropósito da leitura deste livro. Esse é o projecto, à partida.