sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dos livros - V

Li, um dia, a tradução de um texto de Cavafis, intitulado ars poetica, publicada num número da revista Litoral, que Fernando Guedes me oferecera: «Além disso, [o poeta] vive, ouve, compreende; e os poemas que escreve, se não são verdadeiros para a vida real de uma pessoa, são-no para outras vidas. (...) E quando vive, ouve e indaga com inteligência, e se esforça por escrever a sua obra com critério, ela decerto não pode deixar de dizer respeito a alguém.»
Mais tarde li também que Julien Gracq, citado por Enrique Vila-Matas, terá desabafado: «...O escritor não tem nada a esperar dos outros. (...) Só escreve para ele!».
O que não tira razão a Cavafis.