terça-feira, 30 de março de 2010

Discípulo nocturno

Deixei-me ficar no meu canto, não me fossem pedir salvo-conduto de que eu não estava munido. Muito escarmentado, já me vi olhado como intruso até em lugares para que fora convidado. Discípulo nocturno, por timidez, pudor ou respeito humano, busco os meus mestres só pela calada.

João Bigotte Chorão, Diário Quase Completo, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, Biblioteca de Autores Portugueses, Lisboa, 2001.