terça-feira, 17 de maio de 2011

Memórias Intactas

A casa caiada de um branco antigo. Na horta, as mãos perfumadas de hortelã-da-ribeira, coentros, conversas, poejos, lembranças. Um cesto de laranjas. A nudez opaca e branca do requeijão. O borrego pascal, esfolado, escorre o último sangue em remanso de sombra, na expectativa do pão e da sede. A Senhora de Guadalupe descerá em breve e, por entre casas brancas, de novo subirá à branca morada de onde, por dias de azeite e mel, vela os campos de Serpa.