terça-feira, 3 de maio de 2011

Feira do Livro

A Feira do Livro é uma coisa melancólica. Por mais que se mascare de festa do livro, ela é apenas uma fonte de liquidez imediata e uma forma de aliviar a pressão do armazém, tentando fazer em quinze dias o que os génios «marketistas» não conseguiram fazer durante o(s) ano(s).
Todas as «transformações» e «novidades» da feira têm sido sempre de forma e não de substância. À portuguesa, portanto.
Festa do livro seria uma coisa bem diferente: não apenas escoar restos (que às vezes são bem mais do que restos...), mas preparar o ano editorial junto dos leitores, despertar-lhes a curiosidade e o interesse, aguçar-lhes o apetite. Seria uma feira para o grande público, mas também dirigida aos profissionais e, em particular, aos livreiros. Não vou dizer aqui tudo o que penso que poderia acontecer numa evento desses, mas seria certamente uma feira onde se fariam distinções, não de dimensão, mas de capacidade. Uma feira onde cada editor pudesse mostrar o que vale, independentemente do tamanho do armazém. Um evento do livro e da indústria e não apenas a banquinha da venda.
Para isso era preciso gente com ideias e, peço perdão pelo plebeísmo, com tomates.