quarta-feira, 20 de abril de 2011

O caderno cinzento, de Josep Pla

Saúdo os Livros Cotovia pela publicação de O caderno cinzento de Josep Pla, autor das minhas simpatias e leitura de há muito tempo. Um daqueles autores cuja família de leitores se alarga transmitindo a outros o segredo da sua existência (embora em Espanha, Pla seja um clássico). El cuaderno gris, que surge muitas vezes em edições autónomas, integra um conjunto muito vasto de Dietários deste autor catalão. É impressionante o tempo que levou a chegar aqui. Mas chegou e isso é que agora importa. Outros ainda não tiveram a mesma sorte. Mas isso tem que ver sobretudo com os editores, na dupla acepção de «casas editoras» e de «estrelas-da-companhia». Enfim, é o que temos. E estamos bem, porque parecem sempre estar muito satisfeitos consigo próprios. Desconhecem Pla como desconhecem Rafael Argullol, autor de uma obra vasta que inclui o recente Visión desde el fondo del mar (Acantilado), que, por ter sido premiado e por ter eventualmente aparecido nalguma revista mais a modo, pode ainda vir a ter alguma vaga e remota hipótese de vir a ser traduzido. Não poderia falar da edição de O caderno cinzento sem falar da capa, bela capa, na linha das que a editora nos habituou, longe do folclore alucinante que enche as bancas das livrarias.