Diário (?) de leitura
Este diário de leitura há muito que deixou de ser «diário» ou de ter sequer regularidade, mas as coisas são... como são. É no que dá ler várias coisas ao mesmo tempo e ao mesmo tempo fazer muitas outras coisas.
De qualquer modo, este «tempo» de leitura pode ter um significado em si mesmo.
Deslizo para o final da quarta parte. Digo bem, deslizo... embora procurando não perder nada de fundamental. A questão é, porém, essa... onde está o fundamental?
Já me lembrei, por diversas vezes, do A Sangue Frio, de Truman Capote, devido à relação estabelecida com o real, não apenas o tipo de narrativa «based on a true story», mas instaurada e alimentada pelos próprios factos.
Nao explorei a comparação, li o livro de Capote há demasiados anos. Mas lembro-me o suficiente para saber que a noção de reconstrução (dos factos, do acontecido) se conjuga com uma noção de construção (uma arquitectura narrativa). No 2666 continuamos com o processo arcimboldiano da acumulação, que também pode ser um modo de construção, como sabemos, mas com resultados muito diversos.