terça-feira, 10 de agosto de 2010

Diário de leitura

O prazer da leitura de um ensaio: The City of Words, de Alberto Manguel (Continuum, 2008). Manguel recorda o Coro da Oresteia, de Ésquilo, quando censura Cassandra por ter anunciado a morte de Agamemnon: «"My Greek is clear but still no one believes it". To which the Chorus answers: "All oracles speak Greek and all darkly." The poet, the oracle, can only work with a shared language, but so keenly wrougt that, at its best, it appears to its readers "dark", since it resists any summary clarification.» (em «The Voice of Cassandra»)

Recordo a a ideia romântica, tão do gosto revolucionário, de a poesia iluminar o caminho adiante. Os poetas, se alguma candeia acendem, é em pleno dia. Ou então isto.

Imaginemos, se é possível um tal exercício, um equivalente de esquerda de Jünger. As hipóteses morrem num triste abanar da cabeça ou dissolvem-se numa gargalhada.

Muito interessante a figura de Edwin Johns, emblema das aventuras, dos equívocos, dos cálculos e das tragédias da arte contemporânea.