Vínculos totalitários
Como falam, como se fazem ouvir estas pessoas por todo o lado, na rua, nos transportes. O impudor com que impõem aos outros a sua presença, a sua voz, a sua intimidade. O despejo despótico das suas opiniões. E a imposição da música nos lugares públicos como incomoda e agride, embora agrade, dizem-me, à maioria: vínculos totalitários inscritos no que eu chamo, com uma expressão de Borges, a ‘superstição democrática’.