quinta-feira, 25 de março de 2010

Barbershop, o romance

Se A Brilhante, ao arrancar, tinha contado com o alvoroço saudável dos amigos de Diamantino Neto, que nele viam o homem que soubera conquistar a pulso o seu território, e que lhe quiseram render preito de fidelidade no momento exacto da sua chegada ao cume, a Sabiá arrastou gente, mas não de imediato, graças ao choque provocado por transformações radicais que não pouparam, sequer, o nome da barbearia. Ao Corte Superior foi dramaticamente substituído por Sabiá. O letreiro luminoso, que na véspera da abertura fora destapado e exposto à bisbilhotice geral, acresentava à nova designação da loja um apêndice perturbador: Barbershop.

Júlio Conrado, Barbershop, Editorial Presença, Lisboa, 2010, p. 138.