quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Cinema, pintura, música

No filme de Luca Guadagnino que referi aqui aparecem pinturas de Giorgio Morandi (aliás como sinais de um certo luxo ascético, do gosto requintado de connoisseurs). Tal como no cenário de algumas pinturas de Balthus aparecem pequenas alusões ou homenagens à pintura de Morandi.

Morandi é um dos meus pintores. Na pintura de Morandi, domina-me o olhar o verso vertical e sibilante de cummings: nothing can surpass the mystery of stillness.

Mas, no meu espírito, estabelece-se ainda uma relação entre a pintura de Morandi e certas miniaturas de Satie. O mesmo lirismo cromático e rigoroso. O mesmo abstraccionismo rítmico. A mesma humanidade do concreto.