quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Diário de leitura

A descrição sistemática de sonhos como técnica de estender a narrativa encanita um bocadinho. Não me parece que tornem as personagens mais densas, se o argumento for esse. Torna-se mais interessante, porém, do ponto de vista do «realismo múltiplo», que é a expressão que me surge (vide anotações de ontem) para nomear o modo narrativo de Bolaño. Nessa perspectiva, os sonhos vão de par com as outras realidades, isto é, constituem uma realidade como as outras. Ao lado das outras.