quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Memórias Intactas

Mdina, Cidade do Silêncio, ilha de Malta. Ali o silêncio, para lá da sombra, era a luz sulcando o solo ou aclarando os traços tristes de um templo. Quis restaurá-la, crua e branca, em película, fechando o mais em negros. Mas só na pele ficou retida: afinal, descobri só depois, a máquina fotográfica não tinha rolo. Como recuperar o que não passou de possibilidade, conjectura de arquitectura? Como regressar a uma luz vislumbrada na luz que se viu? Perdida a conjunção e perdido o momento, nenhuma arqueologia ou experiência virtual falará da inexistência dessa fractura exposta do real, a imagem imaginada.