terça-feira, 13 de abril de 2010

Um poema, três universos poéticos

Segunda estrofe do soneto 22 dos Sonetos a Orfeu
de Rainer Maria Rilke

Alles das Eilende
wird schon vorüber sein;
denn das Verweilende
erst weiht uns ein.

na tradução de Vasco Graça Moura
(Sonetos a Orfeu, Quetzal, 1994):

Tudo o que acelera
foi depressa e vão,
no que fica espera
nossa iniciação.

na tradução de David Mourão-Ferreira
(Vozes da Poesia Europeia, Colóquio/letras 165, 2003):

O que depressa corre
em breve é já passado:
só no que se demora
somos iniciados.